Orbits and Connections
por G. Werneck
2017
This series of work is related to physical constant motion. The intention was to make a visual analogy with an imaginary world, shifting between solid and liquid elements, which is a basic natural law. Whether in a cosmic or earthly (biological) level, everything turns around something or shifts in search of connection. The works are a mixed media production in which I used iron rust transferred (on paper or canvas), water colour and acrylic paint. I have been using rusted iron plates submersed in water to provoke oxidation for the past ten years. My fascination with the effect is the alchemic reaction of oxidation, which is the mineral return to its natural form. The ambiguity of a form, consciously controlled (by the plates design) and its texture, is the autonomous expression that I symbolically associate to our subconscious independent ways of manifesting ourselves. The visual consequence, in my opinion, is a surface of living organisms. Once the design structure is defined, watercolor comes into the form, and then acrylic paint is played on the larger areas. Finally, transparencies and lines occur with the intention of establishing a harmonious dialogue between the composition’s elements.
A Missão do Instituto Veredas
por Lucia Fabrinni de Almeida
2013
A importância da arte na formação do ser humano resgata a qualidade poética da vida, estimulando não só o potencial criativo, mas também a capacidade de reflexão. Sendo assim, o cultivo da sensibilidade estética, nas suas diversas manifestações artísticas, promove o enriquecimento humano na busca de uma inserção sociocultural criativa e crítica, que leve em conta a complexidade dos indivíduos e do mundo que os cerca.
O Barroco Transmutado nos Jardins de Guilherme Werneck
por Lúcia Fabrinni de Almeida
Pariquera, 2012
( ....) dar uma nova forma ao mundo que só existe poeticamente
quando é incessantemente reimaginado.
G.Bachelard, A Água e os Sonhos
& da talha de xavierdebrito
à talha de antôniofrancisco
(com a licença de Affonso Ávila)
& aos jardins de guilhermewerneck
Affonso Ávila, Cantaria Barroca
A pintura barroca de Guilherme Werneck, pode ter vindo pela memória dos descobridores que aportaram aqui e semearam o germe da exuberância das formas, dos ornamentos, a sinuosidade das curvas nas ondas dos mares nunca dantes navegados e suas conchas, caracóis, volutas vertiginosas, espirais que convidam à ascensão, vento que se faz sopro visível e táctil nas velas sensuais das naus.
São formas traduzidas em metáforas de um novo modo do fazer artístico, inseparável da visão de mundo voltada à ampliação do horizonte, à descoberta de outro continente, ao trópico verde e quente, agora habitado por uma sensibilidade nascida num espaço- tempo também transmutado.
Assim vai a pintura de Guilherme Werneck, para fundos navegáveis e mergulha nos jardins submersos com suas anêmonas, corais, formas ondulantes e suas almas transparentes em impossíveis roxos, lilases, verdes de esmeralda translúcida, cobres afogueados, pratas faiscantes, águas- marinhas dentro da água marinha, formas a quem perguntamos se é azul-colonial ou cobalto. Jardim de silêncio e quietude, cor de aurora e crepúsculo reconciliados, que evoca os reflexos hesitantes, luminosos-sombrios do ouro preto.
Jardim aquático que vaza para seu duplo terrestre, laboriosamente cultivado até às placas ferruginosas, nascidas do minério das entranhas, no enlace com a água que aí se insinua, para enfim repousar no desenho de ácido e sal, impresso no metal minado pela ferrugem, poeira com desejo de luzir, renascida como lembrança enevoada de um ouro antigo.Sobre a dureza das placas a mão hábil do artista risca com a agulha de marear.
Mas é também jardim celeste, anseio de céu e terra, vereda apontada por estrelas no espaço cósmico, onde círculos são lentes de telescópio e também corpos celestes na roda do tempo infinito.
Sua pintura, Guilherme, lança a nau em mar aberto, por conta de suas próprias cartas de marear, portulanos, ampulhetas, sextantes, astrolábios e todos os instrumentos de navegação. Joga as sementes herdadas, agora geradas no gesto novo, para brotar no jardim imaginário, lá onde a forma descama e se revela.
A mão que semeia ou pinta é a mão que experimenta o barroquíssimo jogo redivivo.
Sobre a obra de Guilherme Werneck
por Massafumi Yamato e Tânia Parma
outubro 2010 - março 2011
Inserir-se entre o real e o irreal. Estar à procura da construção cada vez mais apurada de significados e sentidos, ao impregnar, de forma própria, a matéria transformada. Esta tem sido a tradução, a todo tempo, daquilo que se pode ver na obra de Guilherme Werneck.
Talvez pelo inconformismo formal, a experimentação e eleição de materiais e objetos que carregam significados e valores originários, produzam um “re-significado” à estes, a partir do quê, passam a se configurar como “objetos manifestos”.
Trata-se de uma trajetória onde a procura por esta “significação” abre os sentidos para os elementos mais singulares da porção pessoal e íntima.
Os desejos, manifestados com a necessária precisão a que cada objetivo se propõe, para redundar, em cada caso, num recorte específico das intenções, é parte de um conjunto mais universal de um todo.
São diálogos incorporados de lugares e contextos de paisagens, que se fundem aos gêneros racionais, onde as peças são peças das peças.
Ser leve além da aparência. Poder girar ao seu entorno, e, através de suas peles, tornar-se o próprio entorno, experimentando uma transparência interativa explícita, de onde é possível obter capturas momentâneas da paisagem, nas quais a luz e o olhar convergem para uma escolha prazerosa.
Poder retirar através destes “objetos manifestos” o registro do tempo impregnado na matéria em transformação, o que nos remete à sua arqueologia, assim como na paisagem humanizada, quando a valoramos sob o ponto de vista daquilo que nos interessa enquanto conhecimento.
O conhecimento humano, seus valores e as relações intra-humanas com a natureza física perfazem o suporte e os extratos intencionais presentes no conjunto desta obra.
“Dar à Luz” ganha um sentido universal proveniente das entranhas. No ato e do fato “mulher” se desenha todo imaginário e toda a sua poética.
São sínteses que se repetem de forma modular em espaços criados pela soma das transparências sem fundo. Em presenças onde o início, perceptível a cada caso, não termina para cada tempo, e, ao invés disso, nos induzem a questionar se o nosso tempo só se conta a cada segundo.
Esta seleção constrói um grupo que contém um conjunto novo de signos pelo que resulta, através da volatilidade da matéria em transformação, obtida pela tessitura da oxidação.
A cada gesto, objetos que ganham significados, olhar ímpares, promoção de outros pontos de vista, reflexos, sobreposições num tempo passível e volátil, são as infinitas possibilidades e facetas desta obra, é o que se pode apresentar.
No universo do sensível
Jornal da Unicamp
por Maria Alice da Cruz
2011
O artista plástico Guilherme Werneck expõe até 16 de junho, na Galeria de Arte da Unicamp, a série “Interlocução – Reflexão sobre a construção de um pensamento visual artístico”. A série foi produzida ao longo da pesquisa de mestrado homônima, apresentada dia 26 de maio no espaço da galeria. Como uma das características da área de poética visual é a discussão a partir de aspectos da produção artística do próprio autor, Werneck explica que a série é uma exposição de seu próprio pensamento artístico, sistematizado pela pesquisa acadêmica. O projeto, segundo ele, descreve e analisa a memória em que sua carreira foi construída, na qual a valorização e a observação da natureza constituíram uma base sólida. A incursão pela ciência e a biologia estavam vinculados a essa vivência, surgindo nas telas como representação biomórfica orgânica, segundo Werneck. A Galeria de Arte fica aberta das 8h30 às 17h30, no prédio da Biblioteca Central César Lattes.
Para Werneck, o pensamento artístico tem origem individual por estar relacionado à sensibilidade estética do próprio artista. Para ele, não existe uma fórmula ou uma cartilha que direcione o processo criativo de um artista e, por esse motivo, o trabalho acaba se configurando em uma espécie de autobiografia. Ele afirma que o mestrado não o levou à formação do pensamento do outro, mas conduziu a reflexão de suas próprias potencialidades formativas autobiográficas, criadas com base em suas próprias experiências com a arte. Segundo o autor, o trabalho acadêmico o ajudou a ampliar o conhecimento sensível e aprofundar sua linguagem pessoal. “Nunca me ocorreu que houvesse um método para expressar o sentimento. Acho que o trabalho está no universo do sensível. O pensar artístico, a meu ver, não deve seguir uma regra”, acrescenta. O mestrado o ajudou a fazer seu memorial, desenvolvendo o estudo sobre seu processo criativo.
About Interconnection
por Bette Kalache
London, aug 2010
These are works of great quality. In using simple geometric forms you have achieved a tangible connection between the symbolic and the infinite. Sublime!
Exposição “Tessituras”
por Lúcia Fabrini de Almeida
Galeria Arthobler, Porto - Portugal, 2007
Quando vi pela primeira vez os trabalhos de Guilherme Werneck, a delicada transparência de tessituras finas, que embora tão corporais e orgânicas,de quase imateriais viravam luz, senti-me como a personagem de Guimarães Rosa, ao se deparar com a substância anímica dos seres : "a alumiada surpresa". Sementes a ponto de,o instante pontual da germinação, sob cristais de chuva, sêmem celeste. Brotam as formas, suspensas a sopro,floresce o jardim de transparências. A criação se faz - lampejo repentino - o impulso invisível opera nas profundezas escuras da terra-ventre, para dar a ver a aparição radiante e translúcida da arte feminina e anímica de Guilherme Werneck. Pois a alma - anima "do jeito e ser dela, diverso dos outros" assim se mostra na obra deste artista: " no refulgir, no todo branco" que, para ser tanto fulgor, casou-se antes com o negror profundo. A forma depurada. O feminino, sua substância: a alma.
"Brancos" Exhibition
by Peter Cohn
Lisbon, Portugal, 2007
The works of Guilherme with its proto-organic forms are realized in the majority of instances with materials that are smooth, soft and transparent and only delve into the subjacent geometry of the organic forms which they allude to and which are the central iconographic constituent of the artist´s work.
Limites da Matéria
por Tuneu
São Paulo, 23 de março, 2003
O caráter volumétrico dos trabalhos acentuam-se através de intervenções e da introdução de materiais extra desenho, extra pintura. Podemos falar em construir , desconstruir, quando se evidencia a apropriação da particularidade estrutural e expressiva que cada um destes novos elementos possuem. Estas obras tridimensionais ganham força com o aparecimento da transparência e movimento, acentuando sua personalidade provocativa e efêmera, expondo assim, a frágil ficção da matéria. A arte de Guilherme se revela a partir de formas biomorfas que antes apareciam em suas telas e agora se revelam em espaços internos com estruturas expostas quase impermanentes. É nesta dinâmica construtiva que surgem objetos realmente escultóricos, todos coerentemente relacionados a temática, ganhando autonomia no espaço, enfatizando ainda mais questões do limite material.
O Drama dos Objetos
por Julio do Carmo Gomes
Ciclos do Logradouro “Gato Vadio”. Porto, Portugal, 2003
Se só objecto seduz nas sociedades modernas como postulava Jean Baudrillard ou se é ao objecto que cabe a virtude “ insidiosa como elemento erótico “ do quotidiano (Herberto Hélder dixit in Promaton & Vox), as lixeiras e os aterros sanitários dão-nos a escala de intensidade e a velocidade do(s) desejo(s) – a aceleração até o limite e o excesso até a saturação são o modus operandi da relação sujeito-objecto produzindo inércia e o próprio apagamento do desejo, do objecto e do sujeito – e o fim de linha de uma paixão efêmera e desde a sua origem dessacralizada e terminal. E tudo isso seria inócuo – malgrado o sério problema ambiental e a perversa lógica da hiper- produção – se de facto aqui se tratasse apenas do objecto e se esta experiência artística não nos fizesse um apelo, subtilmente bruto e voraz, a repensar o lugar do sujeito neste mundo cada vez mais crônico, trágico e, por vezes, muito, muito, pouco cômico.
Estado de São Paulo, 1998
Suplemento Feminino
por Maria Alice Brandalise
São Paulo, 26/06/1998
Werneck sempre mostrou suas pesquisas direcionadas à iconografia, ao ilusionismo e a mística representada pela figura feminina. Amante da natureza, dela tira o que pode, sem a machucar, para se expressar: terra, estopa, areia e madeira natural, que substitui a moldura ou chassis tradicional.
Jornal da Tarde
1995
Sua pintura exibe imagens elaboradas e metafóricas que remetem ao imaginário comum do homem. “ o meu trabalho é baseado na capacidade simbólica do ser humano em expressar suas angústias e perplexidades recriando em si mesmo uma forma de comunicação com o mundo.
Jornal da Tarde
por Angélica de Moraes
12 de janeiro, 1993
Prefere concentrar-se na criação de imagens que remetem a mitos de origem pagã ou bíblica para celebrar a mulher como fonte da vida. Suas obras guardam forte influência das imagens produzidas nas sociedades matriarcais pré cristãs
Neo Persona Gallery
by Robert Mango
New York - USA, November, 1989
To a large extend an artist attempts to transform or redefine the everyday social reality of this age. If you accept that we have that we have seen the coalition of materialism and rationality assume an authoritarian preeminence in many of our shared forums of social experience, then Guilherme Werneck´s art may be viewed as a triumph of the soul.
Philadelphia
by Pepe Castillo
1988
Universal flux, Implicit in order.
Explicit in form individual whole.
“Holomovement”…
in to out flow.
Informative cause
Design divine
From cosmic mind to psychosomatic realm.
© guilherme werneck 2018